Depois de seis meses da minha tragédia, três meses fora de casa, trabalhando longe, ocupando a cabeça, tentando me manter “envolvida” em algo que não fosse a minha dor, agora é hora de voltar à realidade, encarar os fatos, ouvir o silêncio e lidar com o vazio.
Parece, na verdade, que fugi de mim e do que
restou da minha vida. E agora, me assusta voltar. Ainda não sei como irei
reagir a tudo...
Sei que fiz o melhor que poderia... ter encarado
este trabalho me fez muito bem, a pesar das dificuldades iniciais que tive.
Tenho consciência que se tivesse ficado,
simplesmente “presa” à minha dor, hoje, eu, provavelmente, não estaria mais
aqui, porque era isto que se passava por minha cabeça...
Ouvi muitas pessoas dizendo que sou muito forte.
Não sei se essa é a palavra certa. Quem sabe até seja... mas não fui forte no
sentido de “aguentar firme”, mas sim de lutar contra a minha própria
necessidade e vontade de morrer e dar fim a todo o sofrimento.
Se não desejo mais a morte? Desejo meu reencontro
com o meu amor, mas consigo raciocinar (embora ainda não entenda, aceite ou
seja como se pode dizer) de que preciso cumprir algo aqui, para que possamos
ser felizes em nosso reencontro.
Assim, como sei que não tenho o direito de
provocar tamanha dor às pessoas que me amam e se preocupam comigo, de verdade,
aqui, neste mundo.
De fato estou voltando aos poucos... ainda tenho
etapas a superar, barreiras a ultrapassar... mas tudo tem seu tempo (como ele
sempre me dizia...)
Sei que terei que lidar com questões físicas,
objetivas, subjetivas e espirituais ainda... Preciso digerir muita coisa
ainda... Entender gestos e palavras que não fui capaz... e mesmo, preferi não
me machucar mais no momento... Mas que confesso, me abalaram muito...
Tem uma série de embalagens que aguardam minha coragem e decisão.
Tem uma série de embalagens que aguardam minha coragem e decisão.
Tem uma casa cheia de lembranças... uma campainha
que não toca mais, um telefone que não chama mais, uma mensagem que não chega
mais...
Tem uma nova realidade, que me espera,
pacientemente a seis meses...
E chegou a
hora de encarar.
Chegou a hora de tentar cumprir a palavra
E tentar que tudo fique bem...
Que meu amor me ajude,
Que Deus me abençoe...
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